sábado, 9 de fevereiro de 2013

(MARCAS de uma MORTE) Quase morri, se morresse seria em vão. Olhei o mundo ao meu redor e ele era nada daquilo que imaginei. Acredito no universo das probabilidades, e de que muitas coisas são passageiras. Acredito na capacidade ilimitada dos limites da humanidade, eu sou mais um nesta espécie. O que talvez me diferencie dos demais é que não faço vista grossa para tudo que vejo. Estreei nesta vida em meio a uma constelação, cada estrela tem seu brilho, então brilhemos! Cada um tem sua missão antes que se exploda e vire poeira no tempo, poucos são lembrados. A glória alcançada na morte vã em nome de uma causa sem explicação de situações adversas, o que deseja o homem ao ir à guerra? Se viver é o que deveria importar mais, por que lutar até a morte? Por que ser feliz até que a morte nos separe? Por que tem de acabar assim, em morte? Sou teimoso e não me rendo, não me permito ser vencido, convencido de para que que sirvo. Minha nano utilidade, embora pacífica, é aguerrida e deixa suas expressões. Imprime sua marca. Quantas pessoas terei de matar para ser um Herói? Resposta: milhares!!! Me mato todos os dias, quando me permito renascer, quando não quero ser aquele que outrora fora. Quando me renovo e tento de novo, e de novo, e de novo... Não me recordo quantas vezes me suicidei... Vivo me matando, e vou morrendo a cada nova investida. Só assim percebo a riqueza desta vida, os meus outros ficaram sepultados no passado, cumpriram suas missões, tiveram seus dias de estrela e viraram poeira intergaláctica. Meus dias acabam junto comigo, às vezes sobrevivo um pouco além das 24 horas. Quase nunca tenho a chance de resolver meus problemas por completo, então volto em outro, como um outro que não tem volta, assim nunca resolvo, mas ganho novos motivos para minha volta, ainda que seja um outro de mim, que aguarda muitos outros à minha volta. São milhares, milhões, quem sabe até trilhões de mim. Em mim jamais me acabo, a morte faz parte da minha rotina. Mas quando acordo, faço questão de dar bom dia à vida, ela é curta e não sei se durará um dia inteiro. Não depende só de mim. O tempo é volátil... Sou apenas a vontade que um dia desejei ser um dia, mas jamais o serei realmente. À minha frente tenho o desafio de entender o incompreensível: Saber que de fato, não passo de uma incógnita. Nenhuma estrela contesta sua existência, por isso nasci gente. Aqueles que conheci em vidas curtas e turvas, se enganam na gana de serem felizes, com seus valores invertidos, mal sabem o quanto se ludibriam. Estes, vivem em vão até descobrirem que nada faz sentido se não houver compreensão do que realmente significa estar vivo. Viva! Os vivos jamais degustarão o sabor da doce morte enquanto não se desprenderem de suas vidas torpes e sem significados. Mate aquele a quem abomina em você, e viva as outras vidas que a vida te reserva. As obras de artes são fotografias de uma vida acabada. O passado transforma o imaginário dando cores à escuridão. Quem não se permite morrer, "subvive" a mercê da imaginação. Viva o eterno, hoje a chance está em suas mãos, hoje é o seu último dia... porque amanhã a chance será de outro. Outro de você, outro de mim, outro de nós, juntos ou sozinhos, outro de outros, próximos e desconhecidos. Viva as marcas de uma morte, e saberá o valor que a amarga vida tem. É como o paladar de um bom vinho, só aprecia que renega sua doçura. Agora um adeus, pois já cumpri minha missão. Este que vos escreve não mais viverá, mas deixa impressa sua marca de uma vida que jamais voltará... Assim de incógnita me torno infinito ao findar-me e construir um novo princípio, com princípios e fins. E morrerei assim... até que a vida nos separe!!! Binho Cultura

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